sábado, 31 de maio de 2008

de ovo virado

Há certas ocasiões em que você tenta ser indiferente com aquilo que te incomoda. Você até consegue por uma, duas, cinco vezes. Mas aí parece que o mundo conspira contra, e apenas um grãozinho de areia adicionado a todos os sapos que você engoliu é capaz de deixar tudo à flor da pele. Você fica sensível, pensativo, agoniado, com vontade de gritar, de esculhambar, na verdade. Mas não adianta, porque isso vai acontecer de novo na sua vida, e o pior, acontece com tanta frequência que acaba virando rotina.

















Odeio convenções.






















E sonhos.

terça-feira, 27 de maio de 2008

Conversas em lata


Conversas em lata
Sonhos em conserva
Um bom emprego

Tive um dia duro
Mas o futuro me reserva
Mais sossego

Não fui a encruzilhadas
Nem vendi minh'alma
Mas parece

Não vá ficar louco
Com um pouco mais de calma
Acontece

Guarda essa alegria pra amanhã
Quando será minha vez

Não vem me dizer agora
"o jogo acabou, e a vida demora a voltar ao que era"
Quer saber? Ainda vou jogar tudo pro alto.

Coleciono promessas.

Mauro Motoki / Habacuque Lima (Ludov)

quarta-feira, 21 de maio de 2008

Soneto XVII, Pablo Neruda

Por incrível que pareça, só ontem vim assistir ao filme "Patch Adams", e só o fiz porque minha coluna não permitiu que eu ficasse no computador, como de costume. Cama nem pensar, ainda tenho bom senso, nada de ver novela das 7. Então vamos recorrer à sétima arte.
Meu amiiiiiiiiiiigo, que filme é esse, hein? A interpretação de Robin Williams, apesar de suas gracinhas por vezes não engraçadas, é sincera, comove de verdade. Foram tantas citações lindas que será preciso que eu reveja o filme algumas vezes pra poder anotá-las (uebaaa). Mas o que me chamou a atenção foi este soneto que ele lê para a moça da foto abaixo, Carin. Vejam só (resolvi postar em espanhol para ser fiel ao poeta, já que algumas traduções que encontrei mereciam, no mínimo, o adjetivo 'toscas'):




No te amo como si fueras rosa de sal, topacio
o flecha de claveles que propagan el fuego:
te amo como se aman ciertas cosas oscuras,
secretamente, entre la sombra y el alma.


Te amo como la planta que no florece y lleva
dentro de sí, escondida, la luz de aquellas flores,
y gracias a tu amor vive oscuro en mi cuerpo
el apretado aroma que ascendió de la tierra.


Te amo sin saber cómo, ni cuándo, ni de dónde,
te amo directamente sin problemas ni orgullo:
así te amo porque no sé amar de otra manera,


sino así de este modo en que no soy ni eres,
tan cerca que tu mano sobre mi pecho es mía,
tan cerca que se cierran tus ojos con mi sueño.

segunda-feira, 19 de maio de 2008


Show marcado pras 18h30. Chego a que horas? Às 18h35. Quem está lá? Dois seguranças, mas apenas um estava fardado. O local do iê-iê-iê ainda estava fechado. Até pensei em ir a outro lugar, mas promessas a dois amigos do peito me prenderam ali. Ligo pra Lidia, pra meu primo, pra Emerson e nada de as horas passarem.

Só que, no meio do nada, eis que surge uma guria desconhecida. Cabelos lisos, em forma de duas tranças, sainha jeans, blusinha verde, sandálias e bolsinha pink (o excesso de diminutivo é pra ilustrar a doçura que ela é - ou parece ser, visto que é desconhecida). Fisicamente falando, ela é o oposto de mim, quando criança. Mas, mesmo assim, não consegui evitar que as poucas imagens dos tempos de criança que ainda estão guardadas na minha memória viessem à tona.

Algumas lembranças são agradáveis, outras nem tanto. Mas algo chamou minha atenção: os sonhos que eu tinha na época são semelhantes aos que insisto em alimentar hoje em dia. Bom sinal? Não sei, sinceramente... tenho duas opções: ou eu era uma criança madura ou sou uma adulta infantil. Mas isso não importa... O que vale mesmo aqui é o fato de que, entre as várias opções doces, salgadas e coloridas que a tiazinha da barraca oferecia, a guria desconhecida escolheu uma Bokus salgada. Ai que inveja dela!

sábado, 17 de maio de 2008

Lau Siqueira

sexta-feira, 16 de maio de 2008

Lau Siqueira

segunda-feira, 12 de maio de 2008


And I wanna be there when you're
Coming down
And I wanna be there when you hit the ground

So don't go away, say what you say
But say that you'll stay
Forever and a day... in the time of my life
Cos I need more time, yes I need more time
Just to make things right

(musiquinha chiclete... mas daqueles chicletes bem baratinhos que, quando colam, não saem por nada nesse mundo...)

domingo, 11 de maio de 2008

Obrigada a todos, por tudo...


Bem, eu não poderia deixar de agradecer a todos os amigos que estiveram comigo nesse momento difícil de minha vida.

Sávio, Keyla, Isabella, Cris, Clarissa, Lidia, Bebum (vulgo Igor), Emerson, Eiji, Jansen, Thiago, Dryka, Roberto, Clara, Rafa, César, Wagner, Diana, Greici, Mauri, Bella, Carol, Niaranjan, Luciana, Amador, Martinho, Roberta, Karlos, Janine, Tibério, Gualberto, Victor, Marcinho, Anselmo e tantos outros que, graças à minha péssima memória, não consigo lembrar.

Uma coisa que aprendi com a experiência de perder meu pai é que a ajuda vem de onde você menos espera. Aqueles que você considerava apenas colegas de farra se mostram extremamente tocados com sua dor. E alguns que você acreditava que estariam por perto nos piores momentos de sua vida, não te dão a menor atenção.

Muito obrigada a todos que me desejaram força, paz, perseverança, coragem. A todos que acreditam em mim. A todos que me querem bem, a todos a quem eu quero bem. Está comprovado o que eu duvidava: minha vida sem vocês, meus amigos, seria muito triste.

E o caminho segue, certo? Com vocês ao meu lado, tudo será mais fácil, tenho certeza disso...

Um grande beijo e aquele abraço super apertado.

=)

sexta-feira, 9 de maio de 2008

Tudo colado

Aldenor, Igor, Larissa e Isabella

Colação de Grau.
Tudo incompleto, mas terminado.
Obrigada a essa galerinha que deixou minha noite um pouco mais divertida.
Os dias têm sido longos e tristes, e os sentimentos, confusos... Mas o tempo, que dizem ser o senhor de tudo, dará um jeito. Ou não.

domingo, 4 de maio de 2008

The End

Letras 2007.2 - UFPB



Tudo começou em 2003. A expectativa criada acerca de uma nova escolha era maior do que o medo de dar tudo errado mais uma vez. Gente de todas as idades e classes sociais, professores excelentes, outros nem tanto, inúmeras apostilas que de nada serviram, a não ser para as mais temidas provas (que bem sabemos não provam nada).

Os semestres foram passando, e a realidade aparecia cada vez mais. "Não é bem o que eu esperava, mas vamos continuar, vai que muda, nunca se sabe...". Confesso que ir até o fim foi, no mínimo, estressante. As poucas aulas interessantes que eu tinha acabaram no 6º período, depois disso foi só mimimi e muita paciência pra não ser reprovada por falta, mas eu ainda acreditava que, quando fosse para a prática de ensino, a situação mudaria. É, realmente mudou, mas para pior. É triste você chegar à conclusão de que tudo aquilo que você desejava provavelmente não faz sentido, porque ninguém está interessado em te dar uma chance real pra você mostrar o quão competente (ou não) você é...

Bem, mas na base da indiferença, minha e dos meus alunos dos estágios, consegui terminar. Sensação de dever cumprido, não importa se da melhor ou da pior maneira possível. Eu cumpri e pronto.

=]

sexta-feira, 2 de maio de 2008

Passagem das Horas



Trago dentro do meu coração,
Como num cofre que se não pode fechar de cheio,
Todos os lugares onde estive,
Todos os portos a que cheguei,
Todas as paisagens que vi através de janelas ou vigias,
Ou de tombadilhos, sonhando,
E tudo isso, que é tanto, é pouco para o que eu quero.

(...)

Seja o que for, era melhor não ter nascido,
Porque, de tão interessante que é a todos os momentos,
A vida chega a doer, a enjoar, a cortar, a roçar, a ranger,
A dar vontade de dar gritos, de dar pulos, de ficar no chão, de sair
Para fora de todas as casas, de todas as lógicas e todas as sacadas,
E ir ser selvagem para a morte entre árvores e esquecimentos,
Entre tombos, e perigos e ausência de amanhãs,
E tudo isto devia ser qualquer outra coisa mais parecida com o que eu penso,
Com o que eu penso ou sinto, que eu nem sei qual é, ó vida.

Cruzo os braços sobre a mesa, ponho a cabeça sobre os braços,
É preciso querer chorar, mas não sei ir buscar as lágrimas...
Por mais que me esforce por ter uma grande pena de mim, não choro,
Tenho a alma rachada sob o indicador curvo que lhe toca...
Que há de ser de mim? Que há de ser de mim?

Álvaro de Campos

(para texto na íntegra, acesse http://www.secrel.com.br/jpoesia/facam07.html)

quinta-feira, 1 de maio de 2008

tryin' not to fall (in)



A vida é engraçada. Muda tão rapidamente.
Você tá lá, na sua. De repente, "tchum", lascou-se (entenda-se por esse "lascou-se" uma doença, uma vitória, uma decepção, uma ilusão... qualquer coisa). Aí você começa a pensar sobre o motivo de tudo isso. Chegou a uma conclusão? Não, pelo menos na maioria das vezes isso não acontece. Pensa, repensa, calcula, inventa, supõe, remói... e nada adianta. Sem escolha, você acaba engolindo tudo e seguindo como se nada tivesse acontecido, porque assim as coisas se tornam mais fáceis.
Eu, hein...